É incrível (ele adivinha mesmo o futuro)!
Um astrólogo conceituadíssimo viu a sua previsão de um dia vir a ser roubado, tornar-se realidade. Explicou no entanto, que o aviso não veio (como de costume) das estrelas, mas da defeituosa porta de entrada do seu prédio. Os vizinhos aparentemente não terão ajudado a evitar o furto ou a apanhar os gatunos, mas o nosso vidente já estava à espera disso...
terça-feira, julho 29, 2003
Ando a tentar ler o “Livro do Céu e do Inferno”, uma antologia por J. L. Borges e Bioy Casares. Quevedo terá dito por alturas de 1608: "Alguém foi visto a chorar sozinho e tinha o inferno mergulhado dentro da sua alma!”
É quase sobrenatural o modo como se descreve em 1608, o estado de espírito de uma pessoa a assistir à programação da TVI.
É quase sobrenatural o modo como se descreve em 1608, o estado de espírito de uma pessoa a assistir à programação da TVI.
Desde a mais tenra idade me lembro de querer ser um bom escritor, um escritor sério, sóbrio e inteligente. Com o passar do tempo, apesar de todas as tentativas frustradas, este desejo encontrou espaço para continuar a crescer. Até ao dia em que bati com a cabeça num autocarro da carris, o 58. A partir desse dia passei a desejar ser um gelado de baunilha em copo.
segunda-feira, julho 28, 2003
Um primo meu decidiu esta semana doar o seu cérebro à Ciência depois de morto ou logo antes do começo do próximo Big Brother. Esta incrível situação ficou a dever-se na sua totalidade, ao estudo levado a cabo por uma junta médica que terá revolucionado o mundo da psicanálise ao diagnosticar o primeiro e mais severo caso conhecido de Múltiplas e Idênticas Personalidades (num só indivíduo). Para ser mais preciso, 134 idênticas monótonas imperceptíveis personalidades dividem o mínimo T zero que é o cérebro deste meu familiar. Ficou destruído o sonho de trabalhar no matadouro do canil da câmara municipal (o sindicato deles é bastante exigente no que toca à sanidade mental), sobra-lhe a política.
sexta-feira, julho 25, 2003
Estava quase a ir dormir quando descobri qual seria a causa da insónia desta noite.
Encontrei ao vir para casa, preso entre o limpa-para-brisas e o próprio para-brisas do meu carro, um panfletozito a publicitar um dos restaurantes indianos da Praça da Alegria, ora a questão é a seguinte:
como é que eles sabiam que eu gostava de comida indiana? E já agora, os caris, as bhonas, madhras, kormas, masalas e os vindallos de vaca não são sagrados para os indianos?
Encontrei ao vir para casa, preso entre o limpa-para-brisas e o próprio para-brisas do meu carro, um panfletozito a publicitar um dos restaurantes indianos da Praça da Alegria, ora a questão é a seguinte:
como é que eles sabiam que eu gostava de comida indiana? E já agora, os caris, as bhonas, madhras, kormas, masalas e os vindallos de vaca não são sagrados para os indianos?
Poderá ser subtil, alguém que tenha como fruta predilecta o melão?
Faz-me impessão que havendo ainda mistérios tão grandiosos como este por investigar, se gastem milhões em explorações espaciais. Não estaremos a dar passadas mais largas do que aquilo que nos permite a envergadura das nossas próprias pernas? Penso que foi Schoppenhauer quem melhor exprimiu este sentimento quando disse: "mas depois volta a crescer não é?!"
Faz-me impessão que havendo ainda mistérios tão grandiosos como este por investigar, se gastem milhões em explorações espaciais. Não estaremos a dar passadas mais largas do que aquilo que nos permite a envergadura das nossas próprias pernas? Penso que foi Schoppenhauer quem melhor exprimiu este sentimento quando disse: "mas depois volta a crescer não é?!"
quinta-feira, julho 24, 2003
O terrível caso do revisor homicida...
Durante várias semanas, os crimes ocorridos a variadíssimas horas
por toda a linha do Estoril provocaram o mais absoluto terror.
Isto até se tornar público que o assassino, munido de um mortífero
furador de bilhetes, deixava variadas e divertidas marcas nas suas vítimas:
estrelinhas e meias luas, quadrados e cornucópias, violoncelos e mapas-mundi.
Durante várias semanas, os crimes ocorridos a variadíssimas horas
por toda a linha do Estoril provocaram o mais absoluto terror.
Isto até se tornar público que o assassino, munido de um mortífero
furador de bilhetes, deixava variadas e divertidas marcas nas suas vítimas:
estrelinhas e meias luas, quadrados e cornucópias, violoncelos e mapas-mundi.
A minha insónia (poema que por acaso às vezes até rima, não necessariamente nos sítios certos)
Às vezes durante a noite,
ouço o meu frigorífico.
Ele diz-me que devo matar
todas as pessoas que conheço
e também me dá nomes e moradas
de algumas de quem nunca ouvi falar
(eu não lhe ligo, eu sei que ele está só a gozar comigo).
Às vezes durante a noite,
ouço o meu frigorífico.
Ele diz-me que devo matar
todas as pessoas que conheço
e também me dá nomes e moradas
de algumas de quem nunca ouvi falar
(eu não lhe ligo, eu sei que ele está só a gozar comigo).
terça-feira, julho 22, 2003
Depois do retumbante sucesso de "Uma noiva para o meu primo afastado, do Luxemburgo",
eis que volto a blogar em nome dos socialmente desfavorecidos e desocupados.
Sim, porque o Humberto está desempregado (outra vez), significando isso que está também sem dúvida, a divertir-se muito mais do que eu, o que não costuma ser novidade, de facto eu raramente me divirto mais do que o Humberto, ou do que qualquer outra pessoa para dizer a verdade...
Foi exactamente por isso que decidi que devia mudar alguma coisa na minha vida e tomar o controlo da situação, assim, de hoje em diante assumo a árdua tarefa de me tornar uma pessoa realmente divertida, ou na pessoa não tão menos divertida do mundo. Como é óbvio, além do envio massivo de anedotas por email a todas as pessoas que conheço e a alguns desconhecidos, o caminho mais fácil para atingir o meu objectivo é o de subtilmente tornar todos à minha volta cada vez mais infelizes.
Amanhã logo de manhãzinha, pego no currículo vitae do Humberto e vou até à Estação de Tratamento de Águas Residuais de Santo Amaro de Oeiras (soube que estavam a precisar de alguém).
eis que volto a blogar em nome dos socialmente desfavorecidos e desocupados.
Sim, porque o Humberto está desempregado (outra vez), significando isso que está também sem dúvida, a divertir-se muito mais do que eu, o que não costuma ser novidade, de facto eu raramente me divirto mais do que o Humberto, ou do que qualquer outra pessoa para dizer a verdade...
Foi exactamente por isso que decidi que devia mudar alguma coisa na minha vida e tomar o controlo da situação, assim, de hoje em diante assumo a árdua tarefa de me tornar uma pessoa realmente divertida, ou na pessoa não tão menos divertida do mundo. Como é óbvio, além do envio massivo de anedotas por email a todas as pessoas que conheço e a alguns desconhecidos, o caminho mais fácil para atingir o meu objectivo é o de subtilmente tornar todos à minha volta cada vez mais infelizes.
Amanhã logo de manhãzinha, pego no currículo vitae do Humberto e vou até à Estação de Tratamento de Águas Residuais de Santo Amaro de Oeiras (soube que estavam a precisar de alguém).
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