quarta-feira, janeiro 21, 2004

O Bartlomeu fala no seu blogue da porteira do seu prédio, o que ele não sabe acerca de porteiras de prédios é que algumas não são mesmo flores que se cheirem. A associação de condóminos do prédio do Humberto exige como requisito curricular que as suas porteiras tenham prestado serviços em estabelecimentos prisionais de alta segurança (se souberem partir a coluna a um tipo em trinta sítios diferentes com apenas um golpe, então basta que tenham frequentado estabelecimentos prisionais de alta segurança).
Além disso, a dita associação de condóminos advoga a prática de comportamentos no mínimo pidescos, senão vejamos, um morador que note a entrada no condomínio de um personagem estranho ao mesmo deve (não necessariamente por esta ordem): discretamente tentar inquirir o destino, o assunto e a ascendência familiar do visitante; desapercebidamente colocar-lhe um localizador electrónico no vestuário enquanto se faz conversa acerca do tempo; ludibriosamente, sob o pretexto de uma massagem chinesa desbloqueadora do "chi", fazer-lhe uma apurada revista corporal em busca de armas...
Comecei a sentir-me um pouco mal ali naquele frio átrio de entrada, sozinho, esperando que o Humberto descesse do 10º andar no elevador mais lento.
Esperando que fosse o Humberto.
Esperando que ele me reconhecesse.

sexta-feira, janeiro 16, 2004

Decidi publicar um livro inteirinho só com "punchlines" de anedotas, aqui fica uma pequena amostra daquilo que lá poderão encontrar:

... e diz o Carlos Cruz à Bota Botilde: Sim!! Só que um tamanho abaixo!!!
ou ... e o Português corta-lhe o bigode!!
ou ainda ... diz o menino joãozinho: Duas tigelas!!

Bom, se quiserem ler mais só no livro, ou então podem esperar pelo formato televisivo, com a única diferença nesta opção, de que terão sem dúvida de ouvir uns quantos "caralho".

quinta-feira, janeiro 08, 2004

O informático

O informático é um bicho extremamente curioso na forma como interage com os da sua espécie (o informático não interage com outras espécies, principalmente quando são necessários). Possui uma linguagem própria repleta de analogias computadorizadas que normalmente lhe permite esquivar-se a situações potencialmente desagradáveis, como por exemplo o trabalho.

quarta-feira, janeiro 07, 2004

Este início de ano não está para brincadeiras, senão vejamos:
No dia 1 vi-me assolado por fortes febres e por reposições de recentes programas de televisão.
Passei os seguintes dias num estado de longínqua consciência e a trabalhar.
O wakeupandsmellthecoffee chegou quando descobri que um filho da puta qualquer me tinha arrombado a porta do carro e rebentado com a fechadura, desarrumando completamente a importantíssima papelada que eu tão prezadamente acumulo há mais de um ano. É uma sensação horrível de impotência aquela que se sente no dia seguinte no mecânico enquanto ele nos procura fazer o orçamento mais caro possível, porque vai ter que mandar vir a peça não sei de onde e porque estava a meio do almoço e porque está casado há 30 anos, etc.
Havia no entanto uma pequena réstia de esperança, uma infinitésima centelha de luz brilhava ainda, dizendo que tudo podia ainda não estar perdido, mas o Silva atirou-se para o chão na grande área e o jogo acabou por ser uma bela merda.